domingo, 18 de setembro de 2011

Hipertensão Arterial ou Pressão Alta

  
   A hipertensão arterial tem causa multifatorial e pode causar lesões ou problemas nos chamados órgãos-alvo (coração, cérebro, vasos, rins e retina). A pressão considerada normal é aquela que, na média, é igual ou inferior a 12 por 8. Os fatores que determinam a pressão são: débito cardíaco e resistência periférica. Qualquer alteração em um ou outro, ou ainda nos dois pode ser responsável pela alteração da pressão. Débito cardíaco é o volume de sangue bombeado por minuto, e resistência periférica é a dificuldade que o sangue encontra para passar pelos vasos.
   Se você tem hipertensão arterial é extremamente importante ter acompanhamento médico para identificar a causa, verificar o grau de comprometimento dos órgãos-alvo e identificar todos os fatores de risco associados para que possam ser feitas as orientações terapêuticas. Alguns dos fatores de risco que devem ser observados são: aterosclerose, tabagismo, consumo de álcool, hábitos alimentares, obesidade, sedentarismo e o estado psicossocial (depressão, situação familiar, condições de trabalho). O tratamento compreende dois tipos de abordagem: o farmacológico, com uso de medicamentos anti-hipertensivos, e o não-farmacológico, que é baseado em mudanças de estilo de vida.
   É a respeito do tratamento não-farmacológico que darei algumas dicas hoje, sobre hábitos alimentares, especificamente sobre o consumo de sódio. Por que profissionais da saúde dizem que pessoas que tem pressão alta devem reduzir o sal da alimentação? O sal de mesa é composto por dois elementos: sódio e cloreto. O sódio representa 40% da composição do sal. Considerando que o sódio "atrai" água, através de sistemas regulatórios nos rins, o consumo de sal causa o aumento da volemia (aumento do volume de sangue). Fato que altera o débito cardíaco. Por isso, é essencial diminuir o sal da alimentação para melhorar o controle da pressão. Sugestões:
  • Ler rótulos e identificar marcas de produtos que contenham menos sódio na sua composição;
  • Comprar vegetais frescos e quando congelados ou enlatados, sem sal adicionado;
  • Usar aves, peixes e carnes frescos, em vez de enlatados, defumados ou processados;
  • Escolher cereais matinais com baixo teor de sódio;
  • Limitar a ingestão de alimentos embutidos (como bacon e presunto), alimentos enlatados (como vegetais em conserva, azeitonas), condimentos (como glutamato monossódico, mostarda, catchup e molhos industrializados) e molho de soja;
  • Usar temperos naturais em vez de sal na cocção e na mesa. Experimentar alimentos temperados com ervas, especiarias, limão, lima, vinagre, ou com pouco sal misturado ao tempero. Iniciar reduzindo o sal pela metade;
  • Não substitua almoços e jantares por pratos congelados, nem por pratos como pizzas, caldos ou sopas enlatados e embalados ou saladas temperadas, que geralmente contêm muito sódio;
  • Drenar alimentos enlatados como atum, para remover parte do sódio.
   Alimentação rica em potássio é incentivada, uma vez que ela pode aumentar os benefícios da dieta com baixo teor de sódio. Alimentos com alto teor de potássio que devem ser consumidos:
  • Feijão, grão de bico, ervilha fresca, ervilha seca, aveia, germe de trigo;
  • Beterraba, batata, rabanete, mandioca, cenoura, cará, salsa;
  • Almeirão, couve-de-bruxelas, couve manteiga, chicória, espinafre;
  • Amora, abacate, banana, cereja crua, melão, maracujá.
   Nossa, este post ficou enorme! Mas tentei explicar com alguns detalhes por que sinto que as pessoas são muitas vezes carentes de informações a respeito desse assunto, mesmo sendo a hipertensão arterial  tão prevalente em nosso país. Seguindo estas dicas a qualidade de vida de pessoas hipertensas pode melhorar, mas não podemos esquecer que são apenas dicas. Pessoas que tem pressão alta tem que ter acompanhamento médico e nutricional!



Fontes para este post:
Cuppari L. Nutrição clínica no adulto. 2ed. São Paulo: Manole; 2006.
Vitolo MR. Nutrição da gestação ao envelhecimento. Rio de Janeiro: Rubio; 2008.
    


quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Por que tomar café da manhã?

Acho impressionante a quantidade de pessoas que eu conheço que não tomam café da manhã. As vezes eu pergunto porquê isso acontece, e as respostas são sempre as mesmas: não sinto fome, fico com náuseas pela manhã, tenho que acordar muito cedo, não tenho tempo, se eu tomar café da manhã e pegar ônibus passo mal, etc.

Mas esta refeição é muito importante. Quando dormimos, ficamos muito tempo em jejum e nosso organismo continua gastando energia (de maneira menos intensa do que quando estamos acordados) para manter funções básicas como respiração, controle cardíaco e temperatura. 

Ao tomar o café da manhã estamos preparando nosso organismo para realizar diversas atividades do dia. Entre outros nutrientes, esta refeição nos fornecerá carboidratos. Este nutriente, após consumido, sofre algumas reações e fornece glicose para nosso organismo. Por isso os carboidratos interferem no nosso rendimento diário, uma vez que nosso cérebro necessita exclusivamente de glicose para funcionar. 

Desta maneira, pessoas que tomam café da manhã tem um rendimento melhor durante a manhã e se alimentam melhor durante o dia todo, pois não tem a necessidade de "beliscar" guloseimas e não sentem tanta fome nas outras refeições.

Além dos carboidratos, um café da manhã diversificado oferece muitos outros nutrientes importantes, como cálcio, ferro, fibras e diversas vitaminas. Por isso invista no seu café da manhã! É apenas uma questão de hábito. Se você não tem tempo, acorde mais cedo. Se você passa mal no ônibus vá antes para o trabalho, leve seu café da manhã e assim que chegar lá se alimente. Se você sente enjoo comece a se alimentar de manhã aos poucos, não desista! Seu rendimento durante o dia será muito melhor e sua vida muito mais saudável com um bom café da manhã.